domingo, 15 de novembro de 2009

um rascunho de vida

Decididamente não consegues compreender a tamanha desilusão que me causaste.
Não sou uma mulher perfeita,
nunca o fui,
sempre gostei das coisas à minha maneira, sempre fui teimosa, ressono, não sou boa dona de casa e tenho tantos, mas tantos outros defeitos.
Não te procurei mas encontrei-te...
Cruzaste o meu caminho, sem eu dar por isso.
Passaste por o meu ohar pelo tempo suficiente para eu te ver para além de um simples passageiro, para eu ver alguém que estava com os olhos nos meus.
Não procurei amor, mas encontrei algo que me confortava, que me dava prazer, algo que amei.
E mantivemos as nossas vidas cruzadas, trocando vivências, desesperos, medos, trocando risos e sorrisos, vertendo lágrimas, discutindo e causando discussões, tendo momentos de euforia e tristeza extrema.
Vivemos em conjunto da melhor e pior forma que sabíamos e temos tanta coisa boa como má para recordar.
Mas o importante foi que vivemos, que as nossas coisas boas ou más foram parte da nossa vida, foram dias em que acordamos, respiramos, em que o nosso coração bateu e continuou a bater.
Houve alturas em que fui demente o suficiente, para achar que a minha vida ía ficar pela simples existência da tua, preenchida e planeada até terminar.
Toda a vida temos desilusões, mas sempre as vamos ter, criadas por outros olhares que se vão novamente cruzar com os nossos.
Talvez só assim as nossas gargalhadas ou os nossos gemidos de prazer ou as nossas lágrimas de felicidade sejam a glória que a vida nos dá.
Um sorriso a seguir a uma dor,
uma dor seguida de descrença,
uma descrença que nos causa um olhar vazio,
um abraço que nos amarra o desespero,
uma dor que causamos a alguém.
E é sempre assim...
Dor causada ou sentida,
felicidade que encontramos ou perdemos.
E neste momento perdi, perdi uma grande clareza, não encontro o lugar, não vejo nada, porque uma grande tristeza só faz com que as lágrimas caiam pelos meus olhos
e a dor adormece comigo no teu lugar que agora está vazio.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

love who kills

Abriguei-me contigo mas longe de ti,
tentando igualar em palavras o que se sente quando o amor mata...
consegui...
é como se ficasses a ver-me a morrer à sede,
sempre ali ao meu lado a marcar presença e a dizer o quanto gostas de mim,
e eu cada vez mais fraca, mais triste,
sem perceber porque não te levantas e me vais buscar de beber.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Inverno

Como um felino caminho, sedento e esfomeado...
Procurando abrigo, procurando alimento, neste duro Inverno,
arrastando-me pelo cansaço e escondendo-me do frio...
Procurando os teus braços, procurando amor, neste duro Inverno.